Facebook e Google terão que pagar a mídia australiana tradicional para usar seu conteúdo, de acordo com uma nova lei aprovada nesta quinta-feira, 25 naquele país.
A legislação foi aceita depois que Facebook e Google chegaram a acordos para evitar serem submetidos a arbitragem vinculativa. Isso abre caminho para que os gigantes digitais invistam milhões de dólares em negócios de conteúdo local.
A lei pode servir de modelo para resolver conflitos entre a mídia tradicional e a tecnologia global e empresas reguladoras, pois, ao dominar a internet, captam grande parte da publicidade receita, de acordo com as autoridades australianas.
O governo declarou que a lei garantirá que as empresas jornalísticas "recebam uma remuneração justa pelo conteúdo que geram, ajudando assim a manter o jornalismo de interesse público na Austrália".
Google, por outro lado, já havia concordado em pagar "quantias substanciais" em troca do conteúdo do grupo de imprensa de Rupert Murdoch, News Corp., favorável à nova lei.
Em vez disso, o Facebook inicialmente confrontou as autoridades australianas e bloqueou por um tempo a publicação de links para notícias da mídia local ou internacional nacional. O proprietário do Instagram e do WhatsApp acabou retrocedendo após um acordo de última hora com as autoridades.
As empresas de Mark Zuckerberg disseram que vão investir US $ 1 bilhão cada em conteúdo de notícias nos próximos três anos.
Google vai pagar pelas notícias que aparecem em seu nova ferramenta Google News Showcase, e o Facebook vai pagar aos fornecedores apresentados em seu produto News, que será lançado na Austrália este ano
Um precedente?
O mundo está seguindo de perto a iniciativa australiana. A União Europeia, Canadá e outros países também esperam regulamentar o setor. "Não há dúvida de que a Austrália está travando uma batalha por procuração por todo o planeta", disse o ministro das Finanças australiano, Josh Frydenberg.
Os gigantes digitais não queriam que as negociações com a mídia na Austrália fossem obrigatórias e que, em caso de conflito, um um árbitro independente deve decidir.
Eles temiam um precedente que ameaçava seu modelo econômico. Segundo as autoridades australianas, o Google capta 53% da publicidade no país e o Facebook 28%, enquanto o restante é compartilhado por outros atores do mercado, como grupos de imprensa, o que é insuficiente para financiar jornalismo de qualidade.
Com informações de AFP
Austrália, Facebook, Google, Direito, Mídia
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